UMC – UNIVERSIDADE MOGI DAS CRUZES
PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIA E DIDATICA DO ENSINO SUPERIOR
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO CURRICULAR
DOCENTE: ANDRÉIA P. A. de SOUSA NEVES
“CURRÍCULO ESCOLAR”
ALUNO: JACKSON RICARDO BORGES DA SILVA
SÃO PAULO - 2012
CURRÍCULO ESCOLAR
Existem definições variadas de currículo escolar e muitas
tentativas de descrevê-lo, com pensamentos e reflexões sobre o tema em diversos
períodos da historia com variadas opiniões de críticos e pensadores, por
exemplo, Dermeval Saviani em: A
pedagogia crítico-social dos conteúdos, Henry Giroux em: A
emancipação e libertação. Também, Paulo Freire: A educação bancaria comenta que os alunos são como
um papel em branco a ser preenchido pelo professor através de sua pratica
pedagógica onde ensinar é transferir conhecimentos. Entre outros. Entende-se por currículo escolar um lugar de
representação simbólica, também jogo de poder multicultural com poderes centrados nas elites dominantes e
numa direita manipuladora. Fica evidente a intenção desta elite que por séculos
dita as regras com a intenção de educar uns poucos escolhidos na sociedade para
concentrar e perpetuar o poder. A teoria de currículo afirma que existe ainda
algo a se explicitar sobre esse tema, pois a noção envolvida é quase sempre
representacional, especulativa, mimética. O currículo seria um objeto que
precederia sua teoria, a qual só entraria em cena para descobri-lo e
descrevê-lo.
A escola por tempos
foi tratada como parte do aparelho ideológico do estado, desde a origem da
palavra currículo na primeira metade do século XVI até os dias atuais, ainda
não existe em todo esse período uma noção de currículo que satisfaça todas as
aplicações destinadas a essa palavra. “As
teorias do currículo procuram justificar a escolha de determinados
conhecimentos e saberes em detrimento de outros, considerados menos
importantes”. O termo currículo ressalta em si o embate de
posições antagônicas na sociedade capitalista contemporânea. O modelo atual de
currículo possui práticas culturais guiada por uma
lógica instrumental e Mercantilizada. Um projeto escolar bem feito requer tempo
e o planejamento requer custos e recursos necessários para sua execução, atualmente
o docente deve refletir e repensar essas questões.Por muito tempo fizeram da exclusão
um instrumento de seleção das futuras elites empresariais e detentores dos
cargos de poder no nosso País. “Em 1960
surgem às teorias críticas que procuram construir uma análise que permita
conhecer não como se faz o currículo, mas compreender o que o currículo faz”. Na década de 1970, o movimento de
reconceptualização critica o currículo por considerá-lo tecnocrático. Desse modo,
uma primeira medida para melhorar a situação foi à criação do chamado ciclo
básico na década de 1980 unindo as duas primeiras séries da escolaridade
obrigatória num único ciclo. Durante a década de 1990 os mecanismos de exclusão
e os procedimentos de avaliação se multiplicaram e hoje já se fala em inclusão,
progressão continuada, reforço escolar e recuperação contínua entre outras
maneiras de reverter o fracasso da exclusão escolar.
Essa mesma elite
continua a agir sutilmente com a mesma intenção de exclusão para a obtenção
futura dos melhores estudantes no mercado de trabalho e, portanto, entendemos o
assunto avaliar como parte
indispensável do processo ensino/aprendizagem para apropriação de conhecimentos
variados e propostos no currículo escolar, mecanismo essencial ao processo que
permite ao professor e ao aluno reorientar suas ações de forma a garantir a
aprendizagem e quando necessário, talvez, contextualiza-la ou se utilizar de
outros instrumentos como a multidisciplinaridade dentro do assunto proposto. O
capitalismo do mundo globalizado trouxe uma nova forma de pensar o currículo: a
Mcdonalização da forma de trabalhar o currículo,
buscando uma receita pronta que traga resultados positivos.
O currículo pode ser
compreendido como sendo a somatória da trajetória da aprendizagem do indivíduo,
juntamente com todos os saberes adquiridos na vida cotidiana, mesmo os saberes
mais ocultos e memórias do estudante, sua forma de traduzir e interpretar
situações da vida e de mundo, de se relacionar e raciocinar assuntos,
questionar, propor soluções e ideias. Sobretudo nas representações da avaliação
é importante perceber nas lembranças dos tempos escolares, marcadas pelas
lembranças de provas, exames, momentos que exigiam do aluno mudanças de postura
mental e corporal, mudanças de atitude, como, por exemplo: sentar-se direito,
não falar com os colegas, não olhar para os lados, não consultar o material,
etc. Tais mudanças momentâneas nas práticas habituais da sala de aula fazem do
ato de avaliar uma proclamação dos dominantes na sociedade, dos vitoriosos no
poder e dos derrotados para os servirem e aos interesses intencionados por essa
elite e essa carga de solenidade permanece na memória das pessoas, marcando
fortemente os pais, sociedade em geral, a escola e a escolarização e mais do que
isso: a relação professor/aluno, ensino e aprendizagem e por fim, o saber.
A elite tem instrumentos bem definidos de
atuação sobre as camadas sociais mais frágeis e culturalmente oprimidos. “Para
a teoria tradicional, o currículo deveria conceber uma escola que funcionasse
de forma semelhante a qualquer empresa comercial ou industrial”. Sua ênfase
estava voltada para a eficiência, produtividade, organização e desenvolvimento.
Observa-se atualmente no currículo inclusões exclusões e uma série de outras
questões envolvidas, saberes adquiridos que nem sempre são percebidos pelo
docente como de real aplicação na vida profissional do aluno, porém, de acordo
com uma metodologia individual, podem ser observadas e analisadas
características próprias de aprendizado e a essência do conhecimento particular
individual de cada aluno na escola. Cada pessoa é encarada como um currículo em
potencial, ou seja, o currículo pode ser entendido como sendo “o próprio ser”
com informações explicitas e ocultas, que tem identidade própria, autocrítica e
reflexão de visão em sociedade e de mundo. Questões agregadas a sua identidade
pessoal e cultural, suas conclusões sobre as generalidades do cotidiano, qualidades
distintas dos demais presentes num mesmo espaço escolar.
Cabe ao docente absorver do aluno o seu potencial, definir suas
características socioculturais com neutralidade para aprofundar e atualizar
conceitos adquiridos e revisitá-los de vez em quando, para a construção da
contextualização da informação e dos saberes
apropriado anteriormente nas suas atitudes do cotidiano e com base nesses dados
formar um cidadão crítico com questionamentos pertinentes a atualidade com
entendimento em diversas áreas do saber para compor em sentido mais amplo e
elaborado nos seus questionamentos e propostas de soluções, pois num mundo onde
a informação está cada vez mais presente e o contato com o saber cada vez mais
próximo, onde cada individuo capta a essência das coisas quase que por “osmose”,
com uma imensa facilitação do acesso ao saber universal.
Faz-se necessário a presença de metodologias de condução aos conhecimentos
multiculturais no dia a dia escolar e planejamento apropriado para cada
situação, de forma cuidadosa devemos incluir nos conteúdos aplicados noções de direitos,
cidadania, deveres, ética, assim como também a contextualização do currículo
escolar para uma melhor adaptação e aplicação na vida profissional do estudante. Adaptação aos
conteúdos e apropriação das novas tecnologias, torna-se importante na sociedade
atual a apropriação desses conhecimentos, para a difusão dos saberes e contato
com novas formas de aprender, para uma melhor utilização das informações
adquiridas na escola e cumprimento dos objetivos e metas dos ensinos:
fundamental e ensino médio.
É cada vez mais
percebida a necessidade do planejamento eficiente como apoio para se traçar
metas e estabelecer objetivos comuns multidisciplinares ou com a finalidade de
ensino com vertentes de aplicação na vida profissional, reflexão e
conhecimento, para garantir o aprendizado e o acesso às multiculturas
essenciais a formação do indivíduo crítico tão desejado na educação Brasileira
com a raiz e identidade cultural do seu povo, presente em todas as fases do
desenvolvimento estudantil, consciente de suas ações de cidadania, um cidadão
apto a concorrer em pé de igualdade de condições no âmbito profissional
nacional e internacional em qualquer parte do globo, preparado para os impactos
causados na economia globalizada, pronto a manifestar seu pensamento critico e
observador contemporâneo em qualquer área do saber num diálogo aberto e
discutido, com a família e em sociedade. Estudantes que saibam ler e
interpretar situações, textos variados com vocabulário bem definido, falado e
escrito, com uma postura superior a dos atuais 14.000.000 de analfabetos e
outros tantos analfabetos funcionais que anonimamente circulam nas ruas das
cidades desse país.
Os governos criam índices de
escolarização mais refinados como o do analfabetismo funcional, porém a
imprensa explora os diversos resultados e evidencia um quadro desolador para o
nosso país e sua enorme e grave dívida de aprendizagem produzida nessa nova escolarização
com altos índices de evasão, deficiências em disciplinas de exatas e
interpretação de cálculos, leitura e interpretação de textos e gráficos. Houve
um aumento expressivo de alunos somente nas ultimas três décadas e a escola de
hoje volta-se para um único teste ou prova escrita tendo como principal
objetivo a transmissão de determinados conhecimentos, porém os modos de se
efetivar a avaliação e seus instrumentos dependem da concepção pedagógica assumida
pelo docente. Verifica-se nesse método comparações e classificações de
resultados enquadrados no que a estatística chama de curva de Gauss. Apesar de
que às vezes existe a aquisição de resultados, outros critérios podem surgir
sutilmente e repõem a estratégia da normalização. A curva de Gauss tem somente a
função de normalização bem aceita e atualmente é aplicada em concursos e
vestibulares.
Atualmente os professores
corrigem os trabalhos e aplicam menções de modo a atenuar ou invalidar suas
pretensões. A escola de hoje tem como principal objetivo a transmissão de conhecimentos
para sua utilização no mercado de trabalho. Numa visão mais crítica de
currículo escolar, o modelo tradicional de ensino possui um currículo dinâmico e
com excesso de conteúdos, onde seria necessário ao aluno estar atento aos
recursos aprendidos e sua utilização no mercado. Deve-se salientar a
importância de se instaurar na escola um processo de reflexão sobre a prática
pedagógica, pois num ponto de vista mais amplo da sociedade, há disseminada uma
expectativa em torno da avaliação escolar que é muito marcada pela avaliação
normativa hierarquizadora e classificatória que não pode ser colocada como
principal parâmetro de análise de cada uma das situações singulares vividas
pela maioria dos alunos e professores espalhados pelo Brasil.
Michael W. Apple - Educação e
poder.
Este pensador possui
bibliografia entre os 20 melhores livros
do Século.