Metropolis (1927)
Em muitos aspectos, a história é simplista, mas o visual do filme e suas conotações dizem muito. Profundamente influenciado por movimentos artísticos como o expressionismo, o Objetivismo, Art Déco e Bauhaus, o filme é visualmente fascinante – não apenas em seus projetos cênicos, mas na habilidade do diretor Fritz Lang de criar poderosas cenas de multidão que dominam o filme e constroem o ritmo e a tensão que se movem em direção ao clímax. Mas, embora se possa – e muitos o fazem – admirar o filme apenas neste nível, há muita coisa acontecendo em termos de conteúdo filosófico: enquanto oferece poucas soluções viáveis, o filme levanta questões como a relação entre capital e trabalho, o lugar da religião na sociedade moderna, a reação humana à tecnologia avassaladora, e (talvez o mais interessante) a transformação do governo em uma entidade com consciência de classe empresarial. E motivos religiosos não faltam no filme: uma grande catedral deserta; Moloch, a Torre de Babel, e cruzes – curiosamente justapostas a modelos de pentagrama, associados ao robô. Fascinante.
